O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tenente-coronel Mauro Cid vai prestar novo depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira (28/8), a partir das 10h. A corporação vai ouvir o militar sobre a suposta contratação do hacker Walter Delgatti Neto para invasão das urnas eletrônicas. Na última sexta-feira (25/8), Cid depôs à PF por mais de seis horas, mas não respondeu todas as perguntas.
A Polícia Federal investiga se Mauro Cid acompanhou o ex-presidente no suposto encontro com o hacker no Palácio da Alvorada, em agosto de 2022. Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, Delgatti afirmou que esteve no Ministério da Defesa para entender o funcionamento das urnas e, assim, fraudar o código-fonte cinco vezes.
O hacker, mediado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP), teria encontrado com o ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2022, com a promessa de emprego.
“Eles queriam que eu fizesse um código-fonte meu, não o oficial do TSE, e nesse código-fonte eu inserisse essas linhas que eles chamam de código malicioso, porque ele tem como finalidade enganar, como finalidade colocar dúvidas na eleição. Então, eu criaria um código meu. A ideia dele era a seguinte, era falar que a urna, se manipulada, sairia um outro resultado”, disse o hacker à CPMI.
Depoimentos simultâneos
Mauro Cid está preso há três meses no Batalhão de Polícia do Exército, em Brasília, investigado em diversos casos que envolvem o nome do ex-presidente — como as joias sauditas, falsificação dos cartões de vacinação e o plano golpista para anular o resultado das eleições de 2022.
A Polícia Federal intimou o ex-presidente Jair Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e Mauro Cid para um depoimento simultâneo, na quinta-feira (31/8), no âmbito da investigação que apura suposta venda ilegal de presentes recebidos em viagens oficiais da Presidência da República. Além dos três, também serão ouvidos os advogados Fabio Wajngarten e Frederick Wassef, o pai de Cid, Mauro César Lourena Cid; e os assessores Osmar Crivellati e Marcelo Câmara.
Fonte: Correio Brasiliense