Durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), um hacker afirmou que orientou a elaboração do relatório oficial da Defesa sobre as urnas eletrônicas, que foi entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022. A declaração do hacker gerou polêmica e reabriu discussões sobre a segurança e a integridade do sistema eleitoral brasileiro.
O depoente alegou que suas orientações foram essenciais para a produção do documento, que analisava a confiabilidade das urnas utilizadas nas eleições. A CPI, que investiga possíveis irregularidades nas eleições passadas, viu a declaração como uma oportunidade de aprofundar as investigações sobre a segurança das urnas.
Segundo Delgatti Neto, embora não tenha escrito o texto em si, foi ele quem chegou a essas conclusões e as transmitiu aos técnicos do Ministério da Defesa.
“A ideia inicial era que eu inspecionasse o código-fonte, só que eles explicaram que o código-fonte ficava somente no TSE e apenas servidores do Ministério da Defesa teriam acesso a esse código. Então, eles iam até o TSE e me repassavam o que eles viam, porque eles não tinham acesso à internet, eles não podiam levar uma parte do código; eles acabavam decorando um pedaço do código e me repassando”, relatou Delgatti.
“Então, tudo isso que eu repassei a eles consta no relatório que foi entregue ao TSE. Eu posso dizer hoje que, de forma integral, aquele relatório tem exatamente o que eu disse, não tem nada menos e nada mais”, prosseguiu.
As autoridades e especialistas em segurança da informação acompanharão de perto os desdobramentos da CPI e as possíveis implicações das declarações do hacker. A segurança das urnas eletrônicas é um tema sensível e crucial para a confiança da população no sistema democrático.
A CPI continuará a convocar testemunhas e especialistas para esclarecer as afirmações e garantir que todas as vozes sejam ouvidas, à medida que avança em suas investigações sobre a segurança das eleições no Brasil.