Durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), o hacker Walter Delgatti afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro pediu para que ele assumisse a autoria de um grampo telefônico contra o ministro Alexandre de Moraes. A revelação provocou reações imediatas e gerou controvérsias sobre a possível interferência política nas investigações.
Delgatti, que ganhou notoriedade por suas atividades de invasão de sistemas, disse que o pedido de Bolsonaro ocorreu em um contexto em que o ex-presidente estava preocupado com as ações do ministro do Supremo Tribunal Federal. “Ele queria que eu assumisse a autoria para proteger a imagem dele”, declarou o hacker.
A afirmação de Delgatti acrescenta uma nova camada ao debate sobre as relações entre o ex-presidente e as instituições judiciais, levantando questões sobre a legalidade das ações e a ética na política. A CPI investiga a segurança das urnas eletrônicas e possíveis irregularidades nas eleições, e as declarações do hacker podem ter implicações significativas para as investigações em andamento.
Os representantes de Bolsonaro não se manifestaram imediatamente sobre as acusações, mas a situação promete intensificar as discussões em torno das práticas de comunicação e da transparência no governo anterior.
Com a continuidade da CPI, a expectativa é que mais detalhes sobre o caso sejam esclarecidos, e as investigações possam trazer à tona novas informações sobre a interação entre o ex-presidente e as autoridades judiciais.