Viver nos Estados Unidos é o sonho de muitos brasileiros e o processo para entrar no país de forma legal exige o cumprimento de vários passos importantes. Atualmente, porém, a internet tem se tornado um celeiro de informações falsas, o que pode prejudicar quem busca autorização para morar em terras norte-americanas.
De acordo com Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional, fundador da Toledo e Associados e sócio do LeeToledo PLLC, escritório de advocacia internacional com unidades no Brasil e nos Estados Unidos, são muitos os tik tokers espalhando informações que não condizem com a verdade e ainda estimulam a fraude.
“Existem inúmeros influenciadores dando dicas para tirar visto. Um dos vídeos que vi recentemente, por exemplo, era de uma mulher que estava ilegal e, mesmo assim, ela estava dando dicas para tirar todo tipo de visto. Ou seja, apesar de ela mesma não ter conseguido se qualificar para o visto, sugeria aos outros o que poderiam fazer”, conta.
O advogado também cita o exemplo de alguns tik tokers que buscavam ensinar a conseguir riqueza nos Estados Unidos através de um casamento falso. “Essas pessoas, neste caso, estão nitidamente ensinando a fraudar por meio de um casamento”, afirma.
O especialista em Direito Internacional alerta que assistir a esses vídeos pode prejudicar quem pretende entrar nos Estados Unidos. Primeiramente por conta de informações que não são corretas e, depois, porque quem segue, curte ou comenta esse tipo de conteúdo pode despertar a atenção das autoridades que atuam com proteção da segurança nacional nos Estados Unidos.
“Obviamente quem se interessa por esse tipo de conteúdo quer fazer algo parecido. E quando o nome fica marcado nesse vídeo de alguma forma, existe uma bandeira vermelha em você, que acaba sendo indiretamente um alvo de investigação”, diz.
Toledo ressalta que há casos em que o solicitante nem é recebido pelo agente no consulado. “Será que neste caso o nome da pessoa não está em uma série de vídeos desses, seja seguindo, curtindo ou comentando? Será que ela mesma não está se colocando em uma situação de fragilidade assistindo a esse tipo de conteúdo? É preciso ter muito cuidado com o que se assiste na internet!”, reforça.