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Sesc Pompeia recebe a exposição Recorte de Martinho Patrício no projeto Ofício: Fio

O artista utiliza tecidos para tramar o imaginário popular, contrapondo texturas de materiais rústicos ligados às tradições do Nordeste a formas construtivas

Ampliar as possibilidades do fazer artístico como um campo para práticas experimentais é uma das chaves do trabalho que vem sendo promovido pelas Oficinas de Criatividade do Sesc Pompeia. Desta vez, na segunda exposição de 2023, o projeto “Ofício:” no módulo “Ofício: Fio” convida Martinho Patrício, artista paraibano que trabalha, majoritariamente, com tecido. São cerca de 40 obras tridimensionais de diversas escalas, bem como criações pensadas especialmente para o espaço do galpão das oficinas.

Constituído de uma estética própria, o trabalho de Martinho é reconhecido por aludir a conceitos ligados ao tempo, ao sagrado e ao profano, à memória, ressignificação dos objetos de culto e dos ritos. Com uma relação direta com o lugar onde vive, na exposição é possível conferir como o artista articula costumes, crenças e valores a partir do seu universo de origem, remetendo a uma cosmologia ancestral.

O conjunto de trabalhos expostos evidencia como a utilização do tecido se ancora em referências fortes do cotidiano do artista, desde cedo cercado por um repertório variado de formas litúrgicas e lúdicas feitas de engenho e pano.

Martinho aproxima formas construtivas e o diálogo com outros (as) artistas de arte contemporânea ao seu arsenal de conhecimento da cultura local. Assim, o procedimento proposto pelo artista conjuga seu interesse pela forma, alcançada por meio de tecidos, fitas, fuxicos, rendas e suas cerziduras, à espontaneidade de tradições do Nordeste. São obras que exibem a conexão da cultura popular com a arte contemporânea brasileira.

Sobre o artista

Martinho Patrício Leite (João Pessoa, 1964), graduado em Educação Artística pela Universidade Federal da Paraíba, tem obras nos acervos do Museu de Arte Moderna – MAM, Salvador, e do Museu de Arte Contemporânea – MAC, Goiânia. Em 2006, participa da 27ª Bienal de São Paulo: Como Viver Junto, apresentando uma série de pequenos trabalhos feitos em gorgorão e renda, e a instalação Brincar com Lygia (2005).

Em 2007, integra a exposição Futuro do Presente, no Instituto Itaú Cultural, com a instalação Brincar com Volpi (2007). Nesse mesmo ano, participa do 30º Panorama da Arte Brasileira: Contraditório, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), com uma série 20 de desenhos chamados Expansão, que hoje compõe o acervo do museu.

Em 2009, integra o Programa Radiovisual, na 7ª Bienal do Mercosul: Grito e Escuta, Porto Alegre, produzindo o áudio, intitulado Tapioca (2009). Outras obras do artista fazem parte do acervo do Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC-PR), Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães, Núcleo de Arte Contemporânea da Universidade Federal da Paraíba e Pinacoteca da Universidade Federal da Paraíba. Atualmente, Martinho vive e trabalha em João Pessoa.

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